Mas que fado meu FADO!!!
Dia 6 de Outubro de 2009.
Os vários canais televisivos portugueses (canais abertos e RTP Memória) “celebraram” Amália e fizeram questão de, previamente, anunciá-lo exaustivamente.
Optei pelo canal Memória e confesso que, em algumas fases da transmissão me senti transportado a um passado não muito longínquo relembrando a enorme afinidade de Amália com os seus admiradores. Com uma lágrima no canto do olho e uma enorme ternura no coração senti reviver ao limite a minha admiração por AMÁLIA.
Mas o terem-me proporcionado estes momentos de felicidade não impede que me sinta defraudado com o comportamento, em minha opinião ignóbil, de canais televisivos (incluindo o canal público) que votam ao ostracismo um dos maiores valores da cultura portuguesa, O FADO.
Exceptuando o canal cabo RTP Memória, que uma vez por semana emite um programinha de fado (dos que mantém em arquivo), e uma passagem pontual de um ou outro fadista num qualquer programa de entretenimento… NADA!
- Não há novos fadistas?
- Os novos fadistas não têm qualidade?
- Não há pessoas ligadas ao fado capazes de produzir e realizar programas de fado de qualidade indiscutivelmente maior que a generalidade dos programas emitidos?
- Não há profissionais capazes de realizar montagens, com programas de fado existentes no arquivo, que cativassem as novas gerações para um conhecimento mais profundo da história do FADO? Elas que mesmo assim já vão sentindo um enorme apelo por este sentimento cantado?!
Regressando à querida Amália, será que ela merece ser recordada apenas no dia de aniversário do seu falecimento? Não é possível, em colaboração com arquivos de televisões dos vários cantos do mundo (designadamente o Brasil) dar a conhecer o estrondoso êxito obtido por Amália em todos os lugares onde actuou e a admiração que suscitava nos povos desses países?
Será a obstinação do lucro mais importante do que a memória colectiva do povo português até para o canal público suportado pelos contribuintes?
Por favor (e isto é um apelo aos canais televisivos) não continuem a praticar o crime de lesa-história deste valor incalculável da cultura portuguesa!!!
Orlando